Tendo alcançado valores altíssimos de câmbio, as criptomoedas representam um novo tipo de economia mundial: aquela presente no universo digital dos games. O bitcoin, atualmente correspondente a US$ 38.497,40 e o ether, a 2.679,81, ainda que valores flutuantes, impressionam quem ainda não está por dentro do seu comportamento no mercado.
Especialista no assunto e mentor do InovAtiva, Paulo Espanha explica que os games funcionam da mesma forma que a economia de um país. “Quanto mais gente procurando, investindo e trabalhando naquilo, mais a moeda se valoriza. Durante a pandemia, esse mercado cresceu mais do que nunca”, diz.
A partir do momento que as pessoas perceberam que era possível efetivamente ganhar dinheiro com jogos virtuais e criptomoedas, o mentor afirma que o isolamento social não se configurou mais um problema no quesito renda. Entretanto, é claro, considerando a parcela da população que tem facilidade com a linguagem e lógica deste ambiente – aquela que tem em média 30 anos e afinidade com tecnologia.
Por incrível que pareça, Paulo comenta que esses jogos não necessariamente são divertidos. “Este é o maior desafio para os desenvolvedores hoje em dia. Temos um público enorme que se atraiu para os games, mas somente pela possibilidade de gerar renda. O que se almeja criar são jogos que aliem o entretenimento com o fator monetário, atrelando os ganhos ao desempenho do usuário na lógica do jogo.”
A forma como funcionam hoje é por meio da compra e venda de peças e artigos incluídos nos jogos. O usuário adquire um item cadastrado em NFT, espera que ele valorize e então o vende para outro interessado. Mas os ganhos não estão relacionados com suas habilidades quanto às fases do game.
“A compra de itens dentro de ambientes online é muito questionada por pessoas que não estão acostumadas com essa prática. Mas a lógica é a mesma de pagar milhares de reais em uma Mont Blanc enquanto é perfeitamente possível escrever com uma Bic. É o valor emocional que o artigo proporciona ao usuário que gera seu preço monetário”, explica o profissional.
Paulo, que entrou para o time de mentores do InovAtiva neste ano (2022), acredita fortemente no setor dos games e programação e no seu alto potencial transformador da sociedade.
“Cada vez mais as pessoas estão buscando vários tipos de entretenimento. Precisamos de profissionais qualificados para produzir essas experiências e temos a responsabilidade de formá-los”, diz. O profissional lidera o projeto Código Brazuca, que trabalha com o treinamento de jovens em programação e estimula sua criatividade: a chave para criar produtos atrativos para o público.
“Quanto mais trabalhamos com tecnologia, mais percebemos que o interessante não é ela em si. Mas as pessoas que a desenvolvem. Nosso potencial é inesgotável e precisamos focar em proporcionar oportunidades para que o(a) jovem programador(a) saiba lidar com executivos de igual para igual, identificar seu valor como profissional, se posicionar no mercado e crescer”, conclui o empresário.