Inovação aberta é uma das portas de entrada para startups no mercado tradicional. Ou seja, ela é a forma como a inovação tecnológica pode se infiltrar em segmentos até agora vistos como mais conservadores, como o da energia. Cumprindo seu papel de atuar na conexão de atores no mercado, o hub InovAtiva organiza os Labs de Inovação Aberta.
Para falar sobre a última edição dos Labs, sobre o mercado de energia, o Blog InovAtiva entrevistou Leonardo Cruz, Impulsionador de Inovação na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), um dos participantes no evento.
A CCEE foi criada em 1999 para viabilizar a compra e a venda de energia elétrica no Brasil, integrando geradores, distribuidores, comercializadores e consumidores. Como Impulsionador de Inovação, Leonardo é responsável pelas áreas de inovação corporativa e inovação aberta. Lá, trabalha de forma colaborativa e integrativa para trazer a cultura de inovação para dentro da organização. “Acreditamos que inovação é o resultado de ações realizadas internamente por meio da experimentação”, afirma o profissional.
O setor energético e a inovação aberta
Inserido há mais de dez anos na área de energia, Leonardo diz que o setor tem muito potencial para inovar. Segundo ele, estão sendo discutidas questões como mobilidade elétrica, usinas eólicas offshore, usinas reversíveis, baterias, smart grid, entre outras, e por isso iniciativas como os Labs de Inovação Aberta são tão importantes. “Por causa do mercado já estabelecido das empresas que atuam no meio, dificilmente elas buscam explorar nichos diferenciados. No entanto, por meio de parcerias estratégicas com negócios inovadores, o conhecimento acumulado das grandes empresas pode garantir que o serviço seja aprimorado para o consumidor. Ou seja, podemos chegar muito mais longe.”
A importância da conexão para a inovação aberta
Como sempre no ambiente de negócios, a conexão é a base para o início de relacionamentos. Ou seja, para as startups que procuram iniciar o trabalho de inovação aberta com grandes empresas, é imprescindível que procurem iniciativas que possibilitem que essas conexões aconteçam.
Segundo o profissional, as demandas por inovação no setor são das mais variadas. “Este é um mercado que tem muitas oportunidades. Por isso, procuramos por tecnologias desde inteligência artificial para análises preditivas, eficiência energética, até treinamentos com realidade aumentada para os colaboradores”, explica.
Abertura de mercado no setor energético
Leonardo fala sobre a tendência de abertura de mercado. Segundo ele, como outros serviços disponíveis ao consumidor, este é fadado a mudar com o passar do tempo. O mesmo aconteceu com a telefonia, antes controlada por uma só empresa, mas agora o cliente pode escolher entre prestadores de serviço e diferentes ofertas.
“Chamamos esse ambiente de Mercado Livre de Energia. Significa que cada vez mais o cliente poderá escolher de que empresa comprar a energia que utiliza, ao invés do mercado regulado que existe hoje, onde uma só organização é responsável pela venda de eletricidade para a maioria da população. Atualmente isso só é possível para grandes clientes, que podem escolher comprar a energia direto da usina geradora ou de comercializadoras. Mas com o tempo, será possível para clientes menores, como padarias e afins”, finaliza o especialista.