Liderança feminina se destaca no InovAtiva Experience 2023.1

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Imagem ilustra liderança feminina em empresas

O índice de liderança feminina em empresas é tema fundamental para garantir a diversidade de equipes e a equidade de tomada de decisões. Nos últimos anos, o número vem crescendo no Brasil: segundo a última pesquisa do Sebrae, feita com base em dados do IBGE, no terceiro trimestre do ano passado, havia 10,3 milhões de mulheres donas de negócios no país – mais de 34% do total. 

É importante observar o volume de liderança feminina também no universo do empreendedorismo inovador e, consequentemente, nos ciclos de aceleração do InovAtiva. No Ciclo 2023.1 dos programas de aceleração InovAtiva Brasil e InovAtiva de Impacto Socioambiental, 30% das startups participantes foram fundadas e lideradas por mulheres. 

Das 18 premiadas como Destaque no InovAtiva Experience 2023.1, 6 delas eram lideradas por mulheres. O Blog InovAtiva entrevistou três lideranças das startups vencedoras do Ciclo para compartilhar suas experiências e perspectivas no tema.

Liderança feminina no esporte

Maria Teresa Publio Dias, CEO e Cofundadora da Soul Brasil Esportes, era judoca desde a infância. No entanto, o esporte foi para a categoria de hobby ao invés de profissão, por conta de escolhas comuns a todos os atletas brasileiros, entre a profissionalização esportiva e a formação acadêmica. “Meu primeiro contato com empreendedorismo foi a AIESEC Curitiba, um programa de liderança jovem por meio de intercâmbio. Foi lá que comecei a entender como liderar pessoas, dinheiro, um escritório. Isso me fisgou”, explica.

A partir de suas experiências fora do país, Maria Teresa observou diferenças estruturais entre a realidade do atleta jovem nos Estados Unidos e aqui no Brasil. “Lá, eles investem em esporte universitário, então o atleta não precisa escolher entre a formação acadêmica e o esporte. Além disso, a gestão e estrutura oferecida para quem se dedica ao esporte é muito maior.” A empreendedora decidiu, então, unir suas experiências para se dedicar a oferecer melhores condições para os brasileiros que querem se profissionalizar no esporte atualmente. 

“O esporte me ensinou a ter resiliência”, afirma Maria Teresa. Como uma líder mulher, ela compartilha a necessidade constante de se provar mais. “Nós somos sempre minoria. Ainda como parte da comunidade LGBTQIAP+, é comum que eu seja chamada para cumprir cota. Quero que seja pelo meu conteúdo e o valor que trago para a discussão”, afirma.

Mulheres no delivery

Como muitos empreendedores ao seu redor, Bruna Soares iniciou sua jornada durante o período de isolamento social causado pela pandemia de Covid-19. “Eu e minha sócia trabalhávamos em uma empresa de eventos que foi muito impactada pela pandemia. Começamos a fazer entregas para pagar as contas. Mas percebemos uma surpresa e uma abertura muito grande dos clientes quando viam que éramos mulheres. Resolvemos apostar nisso.”

Foi assim que nasceu a Única Entrega, uma empresa de logística urbana personalizada formada 100% por mulheres. Desenvolveram a metodologia ELAS – Experiência Logística Atenciosa e Singular, onde o cliente, por meio de um atendimento concierge agenda suas entregas que serão realizadas pelas mulheres capacitadas e treinadas, para um serviço de entrega diferenciado dentro de um padrão de atendimento de excelência. 

“Não é sobre delicadeza feminina, é sobre profissionalismo e comprometimento”, afirma Bruna sobre a qualidade da entrega de suas colaboradoras. “Diferentemente das grandes empresas de delivery, onde os entregadores têm centenas de entregas para fazer no mesmo dia e acabam jogando os pacotes em cima dos portões, nós oferecemos remuneração acima do mercado e uma agenda de entregas possível e programada.” 

Além disso, a Única também garante seguro de vida, da carga e apoio no caso de defeitos com os veículos das entregadoras. “Quando trabalhamos com outras mulheres, é nítido o apoio que umas oferecem às outras. Se eu vou crescer, você vai também. É muito satisfatório fazer parte de uma comunidade como essa.”

Autoestima e liderança feminina

Karol Coutinho, CEO e fundadora da Lingebox, decidiu concentrar seus esforços para ajudar mulheres a investir em sua autoestima. “Uma das maiores perguntas feitas ao Google é como ser bonita e atraente. 96% das mulheres do mundo não se sentem bonitas. Existe algo de errado nisso”, afirma a empreendedora. 

A Lingebox surgiu de uma dor comum entre as mulheres: não se sentir confortável em inovar nas suas lingeries por achar que peças mais ousadas ou diferentes não possam combinar com elas. “A ideia veio de uma visita ao shopping quando eu fui buscar uma lingerie diferente e cheguei em casa com mais do mesmo. Às vezes queremos nos presentear, mas a insegurança é predominante”, diz. Combinando a ideia de receber no conforto de casa uma peça selecionada por uma curadoria, como um clube de assinatura de vinhos, fundou a startup com sua sócia. 

“Nossa maior luta é conseguir um lugar na mesa. Falar de feminilidade ao lado do cara da fintech e da healthtech. As femtechs também merecem ser levadas a sério. É imprescindível que as mulheres comecem a se amar, conhecer seu corpo e sua sexualidade”, afirma Karol. Com uma equipe de três pessoas, a empresária espera finalizar o ano com o e-commerce no ar e o dobro de assinantes. “A vida empreendedora é solitária, mas ao longo do Ciclo do InovAtiva tive contato com diversas mulheres que estavam passando pelo mesmo momento que eu. Além disso, as mentorias me ajudaram a ganhar confiança no que estou fazendo. O senso de comunidade é muito importante”, finaliza.




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