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Investimento em saúde mental é urgente e requer mudança cultural, diz CEO da Amar.elo

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é uma das áreas mais negligenciadas da saúde pública. “No Brasil, enfrentamos muito preconceito nesse tema. A desinformação e vergonha acerca de depressão, ansiedade e burnout, entre diversas outras doenças emocionais, ainda são obstáculos importantes para lidar com elas de forma efetiva”, afirma Alekssandre Mesquita, CEO da Amar.elo Saúde Mental.

Graduada no ciclo 2022.1 do InovAtiva Brasil, a healthtech ficou no Top 3 na categoria Impacto Social do Startup Awards deste ano. Sua aposta é na transformação do ambiente de trabalho de seus clientes: empresas que decidem investir na saúde mental de seus colaboradores. 

Alekssandre Mesquita, CEO da Amar.elo Saúde Mental.

De acordo com a OMS, a cada dólar investido em tratamento intensivo em transtornos mentais comuns, como depressão e ansiedade, há um retorno de US$ 5 em melhoria da saúde e produtividade. “O Burnout não vai atingir o funcionário que não se importa com os resultados, mas aquele que se empenha. As empresas e seus gestores precisam começar a entender que a pressão constante não gera resultados positivos”, explica o empresário. 

Líderes que proporcionam ambientes seguros para seus colaboradores

A ideia para começar a Amar.elo veio de sua própria experiência. Em 2017, Aleksandre compartilha que sofreu duas crises de ansiedade causadas pela pressão no ambiente de trabalho. Mesmo sofrendo sintomas físicos, seu plano de saúde não cobriu sessões de terapia que custam valores altíssimos. “Na época a telemedicina não era tão comum, mas com a pandemia, o mundo mudou rápido, a oportunidade surgiu e decidimos empreender para ajudar quem precisa desse apoio”, diz. 

A startup trabalha nas duas vertentes: lideranças e colaboradores. Para os gestores, oferece workshops, webinars e conscientização para que os profissionais saibam identificar a importância de prevenir que seus funcionários adoeçam pela pressão e sobrecarga de trabalho. “Também oferecemos análise de dados, dependendo do tamanho da equipe, subdivididos por setor. Se alguma parte da equipe demonstra altos indicadores de depressão, algo está errado”, explica. 

Já para os colaboradores, a Amar.elo oferece algumas opções de atendimento psicológico. A empresa contratante pode arcar com 100% da terapia dos funcionários interessados, trabalhar com coparticipação ou não arcar com nenhuma parte da consulta. No entanto, as sessões feitas pelo contrato custam R$70 – um valor reduzido em comparação com o encontrado na rede privada.

“Nosso pacote também dá o direito de cada colaborador incluir cinco pessoas de fora da organização, independentemente de laços familiares. A saúde mental não tem nada a ver com laços sanguíneos. Se um amigo meu está sofrendo com ansiedade e depressão, é importante ajudá-lo”, diz Aleksandre. 

A startup também garante a confidencialidade das informações compartilhadas tanto nas sessões de terapia quanto nos questionários para levantamento de dados. Assim, eles podem falar sobre o que precisam sem medo de represálias no ambiente de trabalho.

Para o CEO, a atitude mais importante de um líder é abrir espaço de fala seguro para a equipe poder compartilhar suas dificuldades. “A saúde mental é um tabu tão grande no Brasil que, por lei, o paciente tem o direito de pedir para que o médico não indique o CID da doença no atestado médico. Precisamos perder o medo e começar a falar sobre o assunto”, finaliza. 

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