Este artigo foi elaborado em parceria com o Brain, centro de inovação da Algar Telecom e parceiro institucional do InovAtiva, e traz reflexões e conteúdos valiosos sobre como grandes empresas podem se conectar de forma eficaz com startups. O conteúdo reflete práticas adotadas pelo Brain em sua atuação junto ao ecossistema de inovação — que o InovAtiva tem o prazer de compartilhar aqui no blog, como parte da nossa missão de fortalecer conexões entre empreendedores, empresas e instituições.
Grandes empresas estão sempre em busca de inovação e crescimento e muitas vezes encontram oportunidades valiosas em startups. Mas, como se relacionar de forma efetiva com essas empresas mais ágeis e tirar o máximo proveito das oportunidades de colaboração? A seguir, apresentamos estratégias e dicas práticas trazidas e realizadas pelo Brain para construir parcerias bem-sucedidas entre corporações e startups.
Startups são essenciais no mercado acelerado atual
Relacionar-se com startups tornou-se uma necessidade, pois o mercado está cada vez mais aquecido com este tipo de empresa, que são mais ágeis do que as grandes corporações, pois já nascem com a mentalidade para mudanças rápidas e colaboração.
Uma parceria entre uma startup e uma grande empresa deve gerar benefícios mútuos, mas apresenta um desafio constante, pois exige adaptabilidade de ambos os lados. Principalmente, é necessário que a grande empresa se adapte, pois sua estrutura, geralmente, pode retardar processos que, nas startups, tendem a ser mais rápidos.
Open Innovation com startups
O Brain utiliza a inovação aberta (termo em português para Open Innovation), para o relacionamento entre Algar Telecom e o ecossistema de startups, de uma forma satisfatória para todos os interessados.
Assim, é possível explorar todas as oportunidades disponíveis com a parceria. A inovação aberta, diferentemente do intraempreendedorismo, é uma abordagem que consiste em trabalhar com soluções provenientes de fontes externas à empresa.
Por isso o termo ‘aberta’, pois ela se abre para se conectar com ideias de todos os players que temos no ecossistema, startups, governo, academia, centros de pesquisa e cliente para resolver as dores de algum setor específico ou de toda a empresa.
Dando o primeiro passo
Primeiramente, para uma empresa começar a trabalhar com inovação aberta, é importante realizar uma calibragem entre o entendimento do que o ecossistema pode fazer por ela e principalmente o que ela pode fazer pelo ecossistema.
Essa pavimentação de entendimento é uma forma inicial de entender as forças e necessidades que serão atendidas ao trabalhar com as ferramentas de open innovation, alinhando assim as expectativas e os resultados esperados.
Uma porta de entrada interessante para se relacionar com o ecossistema de startups da sua cidade, é participar ativamente em iniciativas eventos que visam fortalecer o ecossistema.
Dessa forma, a atuação é muito proveitosa e benéfica, pois seu valor está nos encontros entre pessoas com interesses similares, e dessas trocas de experiências surgem projetos.
Procure por startups que possam atender suas necessidades
Para uma empresa se relacionar com startups, é fundamental, antes de tudo, compreender o que ela pode contribuir com o ecossistema, sem o interesse de apenas ganhar.
Isso porque o trabalho voltado para fortalecer o ecossistema busca garantir sua perenidade e crescimento sustentável.
Assim, a empresa será beneficiada, de uma forma ou de outra, direta ou indiretamente.
O Brain apoia muitas iniciativas do Uberhub (Ecossistema de Inovação de Uberlândia), Manguezal (Comunidade de Startups de Recife) e as comunidades empreendedoras de Curitiba, entre outros ecossistemas onde não estão baseados fisicamente.
Esteja aberto a mudanças e adaptações
Depois de entender como pode contribuir, é hora de explorar os pontos em que a empresa precisa de ajuda.
Em seguida, é momento de elaborar teses de inovação aberta, que serão fundamentais nesse processo.
As teses representam a abordagem estruturada da empresa para buscar soluções específicas para uma ou mais dores que deseja resolver naquele momento.
Uma boa tese precisa conter:
- Qual oportunidade/motivação será explorada;
- Caraterísticas ideais da solução (maturidade e modelo de negócio por exemplo);
- Resultados esperados;
- Indicadores de sucesso;
- Responsáveis pelas startups depois que elas internalizarem na empresa.
O Brain utiliza o programa Brain Open para compartilhar com o ecossistema suas teses e convidar startups a cocriar soluções com eles.
Networking e conexões são importantes nessa jornada
Assim como estar atento às tendências de inovação, fortalecer conexões é fundamental. É importante que a empresa comece a participar de grandes eventos do cenário nacional de inovação e tecnologia.
Grandes eventos como o South Summit Brazil, Web Summit Rio, Rec’n’Play, SXSW, entre outros, nos quais o Brain costuma marcar presença, são excelentes pontos de encontro para conectar parceiros ideais e acelerar parcerias já existentes.
Três tipos de conexões
- Parcerias:
Ter parceiros no ecossistema é uma forma de impulsionar ainda mais as ações que uma empresa deseja fazer.
A parceria com o Hub InovAtiva é estratégica para acelerar as ações de comunicação do Brain e torná-las mais assertivas na identificação de startups promissoras.
Ela se concretiza por meio da participação em mentorias coletivas no InovAtiva Experience, evento exclusivo que marca o encerramento do ciclo de aceleração de startups nos programas InovAtiva Brasil e InovAtiva de Impacto Socioambiental. Nesse momento, abordamos temas como captação de investimentos, com a participação do CEO do Algar Telecom Venture Builder — que também acelerou uma startup pelo programa em 2015 — e as contribuições da equipe do Brain sobre criatividade aplicada ao cotidiano empresarial.
Além disso, o Brain participa ativamente das mentorias e bancas de avaliação realizadas no evento, oferecendo suporte para que as startups entendam melhor o que o mercado valoriza e se preparem para apresentações eficazes a investidores e demais atores interessados em realizar negócios com startups.
Vale destacar que essa parceria não apenas fortalece as ações do Brain, mas também abre oportunidades de conexão com um ecossistema mais amplo. Ela teve início em 2021, quando um representante do Brain atuava como Líder InovAtiva em Minas Gerais, e isso aprofundou a relação entre as organizações nos anos seguintes.
- Cocriação de produtos:
A criação de novos mercados ou uma nova forma de atingir o mesmo mercado aumentando o lucro ou a percepção de valor pelo cliente.
Todos os produtos do Brain são lançados com um parceiro em conjunto. Por exemplo, eles têm uma unidade de produtos voltada para Rede Móvel Privativa, um setor que é essencial para melhorar a Conectividade na Indústria, onde identificaram desde a necessidade da robustez da cobertura até a quantidade de dispositivos conectados, tudo isso com soluções integradas de vários parceiros de negócio.
O Brain está constantemente firmando novas parcerias entrando para entregar soluções em conjunto que proporcione uma rede móvel privativa para a Indústrias que se preocupam em ser inovadoras onde elas tenham maior conectividade e integração de máquinas e sistemas para que seja possível uma redução de custos, aumento no controle de qualidade segurança operacional e manutenção preditiva, itens que podem reduzir, segundo uma pesquisa da GlobalData e Nokia, 97% das empresas que adotaram redes móveis privativas reduziram seus custos operacionais, 79% delas obtiveram retorno sobre o investimento (ROI) em menos de seis meses. Esses números mostram que a tecnologia não é apenas eficiente — ela é economicamente viável.
- Fornecedores:
Se não der para cocriar, tente contratar. Dessa forma, é uma possibilidade de ajudar as startups a atraírem clientes, como fornecedoras de serviços/produtos da empresa.
Assim, a empresa consegue entender, no papel de cliente, como a startup trabalha e ainda fortalece para que ela continue existindo.
Um ponto importante sobre contratação de startups por grandes empresas é que talvez a corporação precise adaptar alguns processos para receber este tipo de empresa, como prazo de pagamento por exemplo.
Para uma startup, alguns pontos podem ser diferentes e mais críticos do que uma empresa comum.
Inovação Aberta é o caminho para o sucesso dos negócios!
Por fim, trabalhar com a inovação aberta é a empresa olhar para um ecossistema com muitas oportunidades possíveis para se trabalhar com startups. É entender que a empresa passará a ter uma abordagem mais descentralizada e conseguirá colaborar com diferentes recursos a fim de encontrar novos caminhos para a inovação dos envolvidos.
Sobre o autor
Victor Eduardo é Conectólogo de Startups e Ecossistemas no Brain, centro de inovação da Algar Telecom. Atua como um dos responsáveis pelas iniciativas de open innovation junto aos ecossistemas de startups de todo o Brasil.